Na antiguidade o sal era sinal de boa hospitalidade e promovia comunhão. Era usado pelos sacerdotes como símbolo da aliança com Deus. No dicionário possui também o sentido de espírito e vivacidade. O sal traz melhor sabor e pode higienizar ou esterilizar. E o mundo sabe que sem sal tudo perde a graça.
3 comentários:
Detesto a palavra "padrasto", por isso sempre lembrarei de José Oliveira como um segundo pai. Sempre nos tratamos com respeito mútuo e eu nunca deixei, mesmo com meus 60 anos, de lhe tomar a bênção. Sua lembrança está eternizada nos vários depoimentos que fiz na Imprença onde ele aparece como uma peça importanrte na minha vida literária ao que se refere à literatura de cordel. Era ele que levava de Belém ao Cajary os folhetos de cordel que eu e a Jacira, principalmente, líamos à luz de lamparina para os demais parentes ou vizinhos. Que agora descanse em paz junto a Deus e seus eleitos.
José Oliveira encerra
neste mundo o seu papel:
um homem que deixa a Terra,
um anjo que chega ao Céu.
Antonio Juraci Siqueira
José de Oliveira, meu pai, como disse lá em Macapá, dentro dos preparativos que fez à viagem ,segundo os planos de Deus, é merecedor de inúmeros adjetivos, mas principalmente corajoso, guerreiro até o fim...Na minha vida dividi-o em: 1.Participação na infância (ausente pelas longas viagens que fazia como TIMONEIRO, mas que era esperado com ansiedade. As imagens de sua chegada no trapiche, são inesquecíveis, como tudo que trazia...farinha,frutas, livros, "extratos").
2. Participação na adolescência (pai ciumento de sua prole feminina, pai que junto aos irmãos mais velhos, não escondia o desejo de que a gente continuasse ESTUDANDO; não gostava que a gente cortasse os cabelos). Na juventude saí cedo de seu lado, o que foi bem difícil pra nós dois. Agora me aproximando da velhice já estávamos bem distantes geograficamente, mas nunca deixamos de sentir carinho e afeto um pelo outro. Sabíamos, em julho que nos separaríamos, ele mais ainda, visto que na despedida senti seu choro copioso. Enfim, preparei-me para este momento. Sei que ele está em PAZ, levado pelos braços de Nossa Senhora.É a roda da VIDA, que nos convida a insondáveis reflexões.
Essa partida é inevitável para todos. A diferença está na forma de partir.
Uns são pegos de surpresa. E nos pegam de surpresa. Sem tempo para um abraço mais carinho, um beijo com a consciência de que pode ser o da despedida, uma conversa conciliadora, um olhar com pedido de perdão. Vovô teve tudo isso.
Vejo o período que antecedeu a partida do vovô, o período da sua enfermidade, como um grande presente dado por Deus. Tempo para reflexões e reencontros. Tempo para matar a saudade, tempo de tomada de consciência e de decisões. Poucos têm essa chance antes de partir. Ele foi muito abençoado. É um privilégio ter essa oportunidade antes do grande encontro que todos nós vamos ter com Deus.
Lembro do dia em que estávamos reunidos em família na casa da tia Élida. Ele chorou ouvindo os discursos e vendo aquela reunião tão bonita. Pode naquele momento ter pensado: “Que tudo seja sempre assim”.
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